A direção da Globo ainda não bateu o martelo sobre o que substituirá Malhação na programação a partir de janeiro.



 A emissora, outrora exemplo de planejamento e organização, apenas decidiu que dará um fim para a série adolescente depois de 26 anos, mas segue longe de uma decisão sobre o que poderá ocupar o espaço deixado pelo seriado. Para os executivos da emissora, os índices registrados pelas últimas estreias da rede são provas de que o público está mais exigente e não consumirá um conteúdo simplesmente por ele estar na grade da líder de audiência.

Inicialmente, a tendência é de que a lacuna deixada pela série seja preenchida com uma solução menos arriscada: o Vale a Pena Ver de Novo deverá ter a sua duração ampliada, passando a ser o responsável pela entrega para a novela das seis, deixando o restante da programação vespertina inalterada. Uma movimentação maior, envolvendo novos programas e um segundo horário para reprises de novelas, só deverá acontecer depois de março, mês em que o número de TVs ligadas tende a estar normalizado — há uma tendência de queda de share entre dezembro e fevereiro.

No entanto, uma ala da alta cúpula defende que a ampliação do espaço destinado para O Clone não é o movimento ideal, mesmo que de forma provisória. Estes executivos lembram justamente da tradição da Globo em ter uma programa estável ao decorrer do ano, sem mudanças drásticas, e ressaltam que uma mudança por apenas alguns meses prejudicará a imagem da emissora diante do mercado publicitário, igualando a empresa aos movimentos impensados tradicionalmente feitos pela Record e pelo SBT, conhecidas pelos diversos programas tapa-buraco no início do ano.

O departamento Comercial endossa a teoria de que a ampliação do Vale a Pena Ver de Novo não é a solução para os problemas da emissora. O setor sugeriu a criação de uma atração relacionada ao Big Brother Brasil para preencher o horário, nos mesmos moldes do formato adotado pelo Plantão BBB neste ano. Porém, há o temor de que conceder um espaço adicional para o reality antes mesmo de sua estreia pode ser arriscado, já que nada garante que ele terá os mesmos índices dos últimos dois anos. Se a temporada fracassar, um programa sobre ela também não renderia.